Quem disse que as coisas que se escrevem sobre o amor são menos belas se tiverem ciência?
Os cientistas não se apaixonam, é? Há menos beleza em reacções químicas que em poemas de Shakespeare para todas as pessoas?
Um dia em português, a professora mandou-me escrever uma composição sobre o amor e eu, ao contrário dos meus colegas, comparei o amor a um órgão. Não poderia ter colocado mais ciência no meu texto e não foi por isso que isso que obtive menos pontuação que uma amiga minha que escreveu um texto apaixonante. E porquê? O amor em si é tão forte que não tem palavras exactas para o descrever. Segundo o dicionário é "1. Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atracção ; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa ". Segundo Camões é "fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer." E agora? Quem está certo? Lembrei-me disto ao deparar-me com um belíssimo poema de António Gedeão sobre o amor, intitulado de "Arma Secreta". Aqui vai ele:
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dipara em linha recta
mais longe que os foguetões.
Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.
A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.
Erecta, na noite erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal da partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente."
E, apesar de existirem imensas formas de as pessoas se exprimirem sobre o amor, todas essas pessoas um dia o sentem, à sua íntima maneira.*
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